quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Usina nuclear de Chernobyl


No ano de 1986, os operadores da usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, realizaram um experimento com o reator 4. A intenção inicial era observar o comportamento do reator nuclear quando utilizado com baixos níveis de energia.


Usina de Chernobyl antes da tragédia


Contudo, para que o teste fosse possível, os responsáveis pela unidade teriam que quebrar o cumprimento de uma série de regras de segurança indispensáveis. Foi nesse momento que uma enorme tragédia nuclear se desenhou no Leste Europeu.

Entre outros erros, os funcionários envolvidos no episódio interromperam a circulação do sistema hidráulico que controlava as temperaturas do reator. Com isso, mesmo operando com uma capacidade inferior, o reator entrou em um processo de superaquecimento incapaz de ser revertido. Em poucos instantes a formação de uma imensa bola de fogo anunciava a explosão do reator rico em Césio-137, elemento químico de grande poder radioativo.


Foto tirada logo após a explosão do reator


Com o ocorrido, a usina de Chernobyl produziu uma nuvem de radioatividade que atingiu a União Soviética, Europa Oriental, Escandinávia e Reino Unido. Grandes áreas da Ucrânia, Bielorrússia e Rússia foram muito contaminadas, resultando na evacuação e reassentamento de aproximadamente 200 mil pessoas. Cerca de 60% de radioatividade caiu em território bielorrusso.

Em termos comparativos, o material radioativo disseminado naquela ocasião era assustadoramente quatrocentas vezes maior que o das bombas utilizadas no bombardeio às cidades de Hiroshima e Nagasaki, no fim da Segunda Guerra Mundial. Por fim, uma nuvem de material radioativo tomava conta da cidade ucraniana de Pripyat. É considerado o pior acidente nuclear da história da energia nuclear.

Ao terem ciência do acontecido, autoridades soviéticas organizaram uma mega operação de limpeza composta por 600 mil trabalhadores. Nesse mesmo tempo, helicópteros eram enviados para o foco central das explosões com cargas de areia e chumbo que deveriam conter o furor das chamas. Além disso, foi necessário que aproximadamente 45.000 pessoas fossem prontamente retiradas do território diretamente afetado.


Trabalhadores sendo expostos a um nível muito elevado de radiação

Para alguns especialistas, as dimensões catastróficas do acidente nuclear de Chernobyl poderiam ser menores caso esse modelo de usina contasse com cúpulas de aço e cimento que protegessem o lugar. Não por acaso, logo após as primeiras ações de reparo, foi construído um “sarcófago” que isolou as ruínas do reator 4. Enquanto isso, uma assustadora quantidade de óbitos e anomalias indicava os efeitos da tragédia nuclear.


Sarcófago construído para isolar a radioatividade


Buscando sanar definitivamente o problema da contaminação, uma equipe de projetistas hoje trabalha na construção do Novo Confinamento de Segurança. O projeto consiste no desenvolvimento de uma gigantesca estrutura móvel que isolará definitivamente a usina nuclear de Chernobyl. Dessa forma, a área do solo contaminado será parcialmente isolada e a estrutura do sarcófago descartada.

Apesar de todos esses esforços, estudos científicos revelam que a população atingida pelos altos níveis de radiação sofre uma série de enfermidades. Além disso, os descendentes dos atingidos apresentam uma grande incidência de problemas congênitos e anomalias genéticas. Por meio dessas informações, vários ambientalistas se colocam radicalmente contra a construção de outras usinas nucleares.

Chernobyl Hoje

As obras utilizarão 550 milhões de euros arrecadados durante uma conferência internacional realizada no ano passado.

Kiev - A Ucrânia começa nesta quinta-feira, a construção do sarcófago sobre o quarto reator da usina nuclear de Chernobyl, em um evento que lembrará o 26º aniversário da maior catástrofe atômica da história.

Segundo o presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, as obras utilizarão 550 milhões de euros arrecadados durante uma conferência internacional realizada no ano passado, informaram as agências do país. Com o valor, a construirá o novo sarcófago e implementará vários programas de desativação da usina.

As obras do sarcófago, que vai garantir a segurança do reator durante o próximo século, seguirão até 2015, afirmou o ministro de Situações de Emergência ucraniano, Viktor Baloga.
Segundo o Greenpeace, o atual cubo de concreto sobre o reator, construído no período soviético, está cheio de fendas de até cem metros e com buracos por onde sai água radioativa. Diante disso, o Governo da Ucrânia queria ter começado a construção do sarcófago há anos, mas teve que adiar por falta de financiamento.

Em setembro de 2007, o consórcio francês Novarka assinou um contrato para construir em cinco anos o segundo sarcófago, após ganhar o concurso internacional convocado por Kiev. O novo sarcófago, que cobrirá o atual de aço e concreto, será um cubo com cumprimento de 257 metros, largura de 150 m e altura de 108 m.

A usina de Chernobyl foi fechada em 2000, mas ainda acolhe combustível nuclear e possui níveis de radiação superiores à norma. Por isso, ecologistas a consideram uma ameaça. Da mesma forma, as autoridades ucranianas destacaram que os reatores um, dois e três da central, fechados em dezembro de 2000, possuem o perigo de radiação muito presente.

O Governo pretende desativar totalmente a usina e territórios adjacentes de Chernobyl em 2018, e enterrar as 200 toneladas de combustível nuclear sob a central com ajuda da companhia americano Holtec International.


Chernobyl hoje.Mais conhecida como ''Cidade Fantasma''

Fotos














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