Aposto que todos estão se perguntando: Qual a ligação entre esse anime e a educação atual? A maioria deve
estar pensando que eu endoidei de vez e que talvez o Information Kingdom tenha
ficado realmente maluco. Podem ficar despreocupados e cancelar a ambulância do
sanatório, nós não estamos loucas e já vamos provar isso para vocês.
A verdade é
que o post desta semana não seria
sobre o Itazura na Kiss, eu nem planejava fazer um post sobre esse anime – o
que é um pecado porque ele é um dos meus favoritos – mas tudo mudou semana
passada quando o meu professor de inglês nos passou o vídeo Mudando paradigmas na Educação e
foi assistindo a este vídeo que todo o texto do post foi surgindo em minha mente.
Mas antes
de começar a falar sobre a ligação entre o anime e a educação, acho melhor eu
escrever uma sinopse sobre o Itazura na Kiss. Para começar é um anime relativamente
curto com 25 episódios onde há um grande espaço de tempo entre um episódio e
outro. Para vocês terem noção a história começa com a protagonista tendo 16
anos e termina com ela lá pela casa dos 30 anos.
Os
protagonistas se chamam Aihara Kotoko e Irie Naoki, eles estudam no mesmo
colégio, porém em classes diferentes. Ela, Kotoko, estuda na classe F a dos
mais burros, Ele, Irie, na classe A dos mais inteligentes e ainda é o melhor da
classe. Kotoko se apaixonou por Irie quando ele fez um discurso no primeiro dia
de aula em seu primeiro ano e conservou esta paixão até o terceiro ano do
colegial quando decide escrever uma carta de amor. Ele sempre havia recusado as
cartas de amor de suas fãs e com Kotoko
não foi diferente, porém o destino
decide os unir quando após um terremoto a casa da jovem é destruído e ela vai
morar na casa de um amigo de seu pai. Qual não é a surpresa ao descobrir que a
casa do suposto amigo é a casa do pai de Irie Naoki. É assim que começa a
história, com a divertida Aihara Kotoko tentando
conquistar seu grande amor.
Mas não é
só isso, existe uma mensagem mais forte em todo o anime. Não são as suas notas
que contam, ou o seu grau de inteligência acadêmica, existe algo mais forte.
Algo único dentro das pessoas que as torna especiais e as faz ir aonde ninguém
mais iria.
“- A Kotoko é incapaz de fazer 90% das coisas que eu faço. Mas, nos 10%
que eu não consigo, ela tem sucesso onde ninguém mais teria”
Irie Naoki – Episódio 21
Agora que
já fiz a introdução, é hora de falar sobre a educação do século XXI. Para começar
o modelo da escola é ultrapassado, você vai para lá ouvindo que se você estudar
bastante, tirar boas notas e se formar em uma boa faculdade, você conseguirá um
emprego. Convenhamos que conseguir um emprego é bem mais difícil do que isso,
caso contrário não haveria tantas pessoas desempregadas. Ter um diploma não é
garantia nenhuma que você estará empregado, não estou dizendo que fazer
faculdade não é necessário, apenas que, atualmente, ela não é mais uma garantia
de coisa alguma.
O grande
problema das escolas – não o único – é
que ele foi pensado e estruturado na cultura e idéias do Iluminismo ligado a
situação econômica da Revolução Industrial, sendo que antes não havia escolas
publicas só quem educava eram os jesuítas – ou os padres no seminário se formos
falar do Brasil.
Afinal de
contas, porque as aulas começam às 7:30 horas da manhã? Ninguém consegue se
concentrar e estar completamente empenhado neste horário, é impossível pensar na
Velocidade em que um projétil se desloca
caso lançado a uma velocidade x a 76,2 º então convenhamos, porque temos
que acordar cedo? Para passar no vestibular? As aulas poderiam começar mais
tarde, o rendimento seria melhorado! O único motivo das aulas começarem tão
cedo é porque quando a educação ficava a cargo dos padres nos seminários, os
educadores em questão acordavam cedo – lá para as 4 da manhã – para o jejum,
higiene pessoal, orar e depois começavam as aulas. Eles davam as aulas, eles
ditavam que horas elas seriam! Por que ninguém mudou nada até agora? Por que ninguém
quer sair às 15 horas do colégio para ter algumas horas a mais de sono, o jovem
quer dormir, mas antes de tudo quer aproveitar seu tempo livre fora do colégio
e ficando metade do tempo – as primeiras aulas – dormindo ou vegetando o tempo
passa consideravelmente mais rápido.
Melhor eu
me acalmar, acho que estou me excedendo. O que passou a ser definido como
habilidade acadêmica é decorar o ensino clássico
e obrigatório (história, geografia, matemática, sociologia e outros) e ter
raciocínio rápido. O estudante decora/aprende tudo isso para o vestibular, porém mais tarde
ele esquecera quase tudo o que aprendeu. O cérebro humano não guarda
conhecimento inútil, então porque um engenheiro mecânico de 49 anos precisa
saber o modo de reprodução das esponjas? Para nada, é um conhecimento inútil.
As escolas deviam estar encarregadas de ensinar o básico e depois o jovem
decidir no tempo que resta até os 17 se aprofundando nas matérias relacionadas à
profissão que deseja.
A conclusão
do jovem ser obrigado a aprender o que não gosta e o que não será útil em sua
carreira é que muitos simplesmente decidem não aprender, é mais cômodo não
prestar atenção. O adolescente do século XXI tem mais acesso às informações
instantâneas do que qualquer outro na história da sociedade. Com celulares, Ipods, jogos, revistas, filmes
e tantas outras formas de dispersar a atenção, manter um aluno entretido é
relativamente difícil, ainda mais às 7:30 horas da manhã.
No atual
mundo capitalista e que busca resultados, os professores e os tutores legais de
um estudante jamais diriam para ele seguir seu sonho. Se o sonho é ser músico,
ator, dançarino, escritor ou qualquer outra coisa relacionada às artes e a
criatividade, o sonho é massacrado. Porque
isso é apenas um hobby, Porque isso não dá futuro. A sociedade só considera
como algo sério profissões relacionadas principalmente às exatas e às
biológicas – até as pobres humanas tirando Direito são deixadas de lado – e
quem pensa em fugir disso tem o pensamento massacrado para se ajustar aos
padrões impostos. O certo seria ocorrer justamente o contrário seguir seus
sonhos, mostrar quem é e desenvolver seu lado criativo deveria ser estimulado,
isso é o que faz das pessoas únicas e especiais.
Esta última
parte pode ser facilmente vista no anime Itazura na Kiss. Irie pode ser o aluno
mais brilhante, o que vai mais longe e o com futuro mais promissor,
completamente oposto a Kotoko que é sonhadora, tem uma personalidade única e
demonstra mais facilmente seus sentimentos. Porém por mais que ela tenha mais
dificuldades e seja julgada – muitas a acham incapaz – ela consegue os melhores
resultados onde ninguém conseguiria. Porque ela tem tenacidade, porque ela não
se deixou moldar, ela é apenas ela mesma e com o seu jeito consegue resultados
únicos. Sim ela não consegue fazer 90% das coisas do mundo, mas ela consegue
fazer os 10% que ninguém mais conseguiria tendo bons resultados. Irie tem tudo
para ser um profissional brilhante na área que escolher, ele vem de uma família
rica que tem uma empresa e seu pai deseja que ela faça administração para
cuidar dos negócios da família. Mas e quanto aos sonhos? O sonho do garoto
nunca foi cuidar da empresa do pai, ele deseja cuidar das pessoas e salvar
vidas, porém até a nobre profissão da medicina não é bem vista. O que fez o
garoto se libertar e perseguir os seus sonhos? Sim foi a doce e estabanada
Kotoko que tem mais vontade de viver e batalhar pelo que acredita que qualquer
um que eu já vi – mas não sendo clichê – e é ela que com suas palavras e modos
o estimula a não desistir de seu sonho. A lutar por aquilo que acredita.
As escolas
foram moldadas baseadas nos interesses industriais – a escola é quase como uma
fábrica – da Revolução Industrial. O sinal toca para marcar a hora e determinar
o que deve ser feito (horário da aula x, da aula y, de comer, da aula z...), a educação é
feita em grupos divididos pela idade ( a data da fabricação) como se a única
coisa que a criança tem em comum é a sua idade. Jovens da mesma idade podem ter
facilidade e dificuldade em matérias diferentes, concentrar-se melhor em
horários diferentes, as variáveis são imensas. Por que tudo é deste modo?
Porque é mais conveniente e ninguém tem a coragem de exigir mudanças.
Isso tudo
está errado, assim como as recuperações e ser estipulado uma média obrigatória. Se você não atinge uma
determinada média em determinada matéria você é inferior a quem conseguiu? É o mesmo que ocorre em Itazura na Kiss
dividindo os alunos por classes relacionadas ao grau de inteligência, isso
significa que um aluno da classe F é inferior a um aluno da classe A? Ridículo.
Mas no anime, assim como na sociedade, todos são alienadas a pensar que sim.
Por isso eu senti uma pontada de orgulho quando a Kotoko determinada a mostrar
que as notas – e a classe de cada aluno – não significam nada, ela decide
entrar para a lista dos 50 melhores em um super simulado. Ela conseguiu, certo
ela ficou em 50º, mas ela foi a primeira aluna da classe F a chegar lá,
geralmente apenas alunas da classe A ou B conseguem. Isso é uma prova que não
se pode classificar quem é melhor ou pior com notas.
Em minha
opinião – que só se tornou mais forte após ver o anime e o vídeo Mudando
Paradigmas da educação – o que deveria ser levado em conta é o pensamento
divergente e (a habilidade de enxergar diversas respostas para uma pergunta,
muitas formas possíveis de interpretar uma pergunta), ele deveria ser
estimulado e não massacrado. Você encontra mais crianças de 5 anos com essa
habilidade do que jovens adultos de 20 anos? O porquê disso? Porque a maioria
se deixa moldar e a sociedade atual não leva isto em conta.
Porém a
verdade é que este modo de pensar te ajuda a enxergar as diferentes
possibilidades, a ter um olhar mais longe e a fazer coisas que ninguém mais faria
tudo porque você viu essa possibilidade. A maioria não dá valor a isso, mas o
que me alegrou no anime foi que o Irie deu valor, ele viu isso em Kotoko e se
encantou. Ele viu que ela tinha algo que muitos não tinham, ele, em certo
momento, admitiu que precisava da garota. Porque ele não era nada sem ela, ela
trazia luz a sua vida, ela o tornava mais humano e ajudava-o a lembrar do que
já havia esquecido, quem realmente era. Está é mais uma parte realmente linda.
Acho que já
falei bastante e nem ao menos sei se alguém terá paciência de ler tudo isso.
Mas para aqueles que tiveram, espero tê-los feito parar para pensar. Este post foi especial porque ele não fala
das matérias que aprendemos no colégio – que é a proposta do meu grupo – mas
ele fala sobre o que aprendemos no colégio e como somos educados. Achei que
isto valia um espaço aqui entre os posts do
Information Kingdom.
Realmente....os professores e alunos nao deveriam "rotular" a gente pelo nosso rendimento em aulas...e isso fala muito no anime,e as vezes ter persistencia é melhor que ter inteligencia nata.Um dos animes mais fofos que eu ja vi *-*
ResponderExcluirmuito bom o texto... fiquei com menos dor de cabeça... rrs
ResponderExcluiramei seu texto Itazura na kiss é meu anime favorito esse anime me ajudou mto pois eu sempre fui mto esforçada porém observada q enquanto eu me esforçava para fazer algo bem feito outros simplesmente faziam a mesma coisa em 5 minutos e pra fechar com chave de ouro ainda tinha q ouvir pessoas e até professores me dizendo por que vc faz isso? pq se esforça tanto? fulano de tal colou e tirou a mesma coisa! ou melhor até parece q a filha da faxineira vai conseguir! se esforça atoa tadinha! Ao ouvir certas até coisas pensei em desistir parar de me esforçar cheguei a acreditar q não iria chegar em lugar nenhum devido a padrões hereditários e comentarios das pessoas mas vendo Itazura na Kiss vi q a força de vontade é o poder mais forte q temos e podemos chegar em qualquer lugar com isso (um outro anime q me ajudou mto foi Naruto) vi um documentário chamado o Segredo q fala sobre o poder da mente e aprendi q tudo o q somos hoje eh fruto do que pensamos no passado. Hoje sou uma pessoa feliz eu lembro q quando era criança sonhava em conhecer um resort q fica em Barra Bonita ficava olhando o anúncio na revista me imaginando no escorregador do tobogã ano retrasado realizei meu sonho de conhecer este resort foi na viagem de fim de ano com a escola foi uma coincidencia q nem deu pra acreditar quando vi q era o mesmo resort até chorei isso foi um desejo simples q consegui realizar mas q representou mto em minha vida) vi q eu era igual aos meus colegas vi até q era mais feliz quem disse q a filha da faxineira não iria conseguir??? hj minha mãe faz curso técnico de podologia mesmo levando uma vida simples somos felizes com o q fazemos já fui destaque na minha escola junto com outros alunos (e uma coisa q achei legal foi q ñ utilizaram somente o critério de notas para selecionar os alunos tambem avaliaram o comportamento em sala) Hoje me espelho na Kotoko posso ser meio atrapalhada posso ser meio "lenta" para aprender as coisas mas os 10% q eu faço, aprendo e vivo representam mais do que os 90% do q todo mundo consegue fazer. Sempre quando alguem te colocar para baixo diga a ela Desista você...de me fazer desistir! bjss gostei mto do seu post Parabéns adicionei aos favoritos o seu blog aqui no meu PC *-*
ResponderExcluirOooi Srt Vivi, tenho que dizer que fiquei emocionada com o seu comentário. Vim aqui apenas para programar o post de amanhã sobre Kaleido Star (um anime que eu super recomendo que fala de superação e o valor de um sorriso) quando vi o seu comentário. A sua história me emocionou muito, fiquei tão feliz ao sabe que você realizou seu sonho de ir para o resort e que se formou.
ExcluirAcho que a Kotoko é não só um espelho, mas um modelo que vale a pena ser seguido. Fico feliz em ver que alguém também pensa assim e acredito que você vai longe, porque os 10% que você faz ninguém consegue fazer igual.