Play the call – Uma maneira de salvar o planeta

Ao longo de 2012, vários chamados serão feitos por um jogo que vai unir um terço da humanidade para mudar o mundo para melhor – e será divertido

            O mundo não é mais como antigamente. O ser humano já machucou e maltratou tanto o planeta que, sem a nossa ajuda logo o planeta Terra será completamente destruído. Muitas pessoas querem ajudar a salvar o planeta, mas a maioria não sabe como.

            Edgard Gouveia Jr decidiu mudar o mundo em quatro anos e ainda por cima mobilizar 2 bilhões de pessoas para reverter os impactos da humanidade no meio ambiente. Como ele pretende fazer isso? Mobilizando o 1/3 do mundo que tem mais garra, que gosta de confrontar o sistema, que tem tempo e criatividade: Sim estamos falando dos jovens.

Edgard Gouveia Jr criador do jogo dando uma palestra sobre o mesmo em julho de 2012 no V Jamboree Nacional Escoteiro do Brasil.

            Como ele planeja fazer isso? Com um jogo chamado play the call que visa fazer algo que transforme o mundo e una a todos com apenas 5 regras definidas como os 5 F: se divertir (funny), grátis (free), rápidas (fast), espetaculares (fantastic) e amigáveis (friendly).

            Um jogo que não terá vencedores ou perdedores, ou melhor, o único vencedor será o planeta. A meta é em 4 anos reunir 2 bilhões de pessoas para construir um novo mundo guiado pelos princípios da Carta da Terra.

            Os jogadores realizarão tarefas – das mais simples às mais elaboradas – e a cada tarefa comprida o jogador ganhará mais pontos até que possa ir para o nível seguinte. Os níveis iniciais são você, família, bairro, comunidade, cidade e assim por diante, até unir pessoas de todo o mundo.

            “Abrace a primeira pessoa que você encontrar” é a mensagem que aparece no celular de um universitário quando sai da aula. Como o remetente é um colega que adora distribuir abraços por ai, ele aceita a proposta. No dia seguinte, pelo Facebook, outro amigo o convida para uma manifestação em defesa da Amazônia. Uma semana depois, a convocação é para limpar uma praça. Ele se lembra da ONG que trabalha com catadores de lixo e propõe uma parceria. Em todos os casos, o jovem viu nas ruas mais pessoas cumprindo as tarefas e, na internet, mensagens e fotos sobre os eventos.

            Ele descobriu, então, que tudo era parte de um jogo mundial, que começava no contato virtual e ganhava a vida real. As ações somavam pontos e tinham a finalidade de fazer o bem para a comunidade.

            O jogo não é assim, mas a proposta é exatamente essa. Desde o início de 2012 o santista e criador do jogo, Edgar, tem viajado o mundo todo explicando a sua proposta e chamando jovens de várias partes do mundo a participar.

            A história do jogo se passa contando que em um mundo mais evoluído que o nosso eles observam o planeta Terra e ficam compadecidos com um planeta tão rico e com tudo para evoluir, mas que estava sendo destruído. Os membros desse mundo – conhecidos como elementares – decidem vir a terra ajudar os humanos a não destruírem o planeta. Só que para vir a terra eles teriam que nascer como humanos esquecendo da sua missão e dos seus poderes, em algum momento eles teriam um click que lhes ajudaria a lembrar. Alguns lembrariam quando crianças, um elementar da água poderia com um ano de idade cair na piscina, mas não morreria, pois é só seu poder e assim lembraria de tudo. Claro, teriam aqueles mais retardados que só lembrariam-se disso na adolescência. Mas assim que se lembrassem iriam começar a cumprir sua missão.

“Eu sonhava em fazer algo que transformasse o mundo e unisse todos, de intelectuais e empresários a comunidades carentes. Percebi que, para ser atrativo, deveria ser divertido, porque, no fundo, ninguém quer se sacrificar e nem precisa ser um herói”, explica Edgar quando perguntado sobre o motivo de ter criado o play the call.

O jogo será testado pela primeira vez pela rede Escoteiros do Brasil a partir de março, e finalizado durante a Rio +20. Até lá, 20 mil jovens vão Receber 12 chamados com desafios de nível individual (por exemplo como diminuir o volume de lixo descartado em casa) e coletivos. Outra campanha-teste para todo o país começa em fevereiro com ações que serão colocadas no twitter e no facebook. Quem oferecer caronas, no dia Mundial Sem carro, por exemplo, pode divulgar como #PlayTheCall. “A ideia é ter movimentos para que , quanto o jogo for lançado oficialmente, muitas pessoas já o conheçam”, diz Edgard.

Houve grandes inspirações para o projeto, de pessoas que conseguiram fazer a diferença. Um dos casos é o de Juan Mann que em 2004 começou com a campanha do Free Hugs, no início ele sozinho andava com uma placa oferecendo abraços, aos poucos o movimento foi ficando popular e várias pessoas iam até mesmo na rua esperar para receber esses abraços. Ele passou por muitas dificuldades, mas conseguiu fazer a diferença e marcar o mundo. Afinal mesmo que não compreendendo, quem nunca viu alguém andando por ai com uma placa de Free Hugs?

Outro caso foi a de um homem que sempre gostou de dançar, mas em toda a sua juventude nunca dançou por ter medo da opinião dos outros.  Um dia ele decidiu que queria ser feliz e que dançaria uma dança completamente bizarra, mas que o faria feliz. Ele começa a dançar a sua dança em varias partes do mundo e gravar para as por no youtube, o sucesso foi tanto que a dança é conhecida mundialmente e um segundo vídeo foi feito com o criador da dança dançando com outra pessoa que como ele tinha vergonha de dançar. De certo modo ele transformou as pessoas, ele mexeu com seus corações.

Mas, de longe, o que mais mexe com o coração de quem vê o vídeo é a história da  baleia Optimus. Uma mulher vê uma baleia encalhada na praia e começa a mandar mensagens de texto para as pessoas, logo um grupo de pessoas cada vez maior começa a ir tentar ajudar a baleia e essas pessoas vão falando com mais pessoas. O vídeo é lindo e quando a baleia é devolvida para o oceano você fica com aquela sensação de que realmente pode fazer alguma coisa.

O botão de play oficial tem a data marcada para ser apertado no dia 21 de dezembro de 2012, propositalmente o dia das previsões apocalípticas para o fim do mundo. “Na noite do dia 20, vamos organizar festas em vários países para marcar o fim deste mundo que conhecemos e a celebração do novo, que começará a ser o que sonhamos, construído com a ajuda do jogo”.

Já é possível fazer a sua inscrição no jogo, basta entrar no link abaixo e se cadastrar. Agora é ficar na contagem regressiva para o dia 21 de dezembro.

http://playthecall.com/