Sessenta anos depois, uma jornalista descobre a história de uma garota
que tentou livrar seu irmão de um campo de concentração.
Um filme
emocionante que se passa quando Hitler toma Paris e o governo Vicky começa. A
protagonista é uma garotinha chamada Sarah que ao perceber os soldados nazistas
invadindo seu apartamento no subúrbio de Paris,ela toma a rápida decisão de
tentar salvar o irmão trancando-o no armário e prometendo buscá-lo depois.
Porém este
filme difere de muitos outros que tratam sobre o tema do holocausto, a história
não é narrada pela pobre judia tendo os vilões como protagonistas. Primeiro
porque os vilões são os franceses do partido nazista e quem conta a história é
Julia uma repórter que recebe de seu chefe a missão de fazer uma reportagem
sobre o aniversário do governo Vicky. No meio de suas pesquisas, Julia descobre
que o apartamento em que seu sogro vivia era o apartamento da jovem Sarah.
Os
expectadores têm acesso a história de Sarah conforme Julia vai descobrindo as
coisas em suas investigações. Deste modo, o filme nunca fica cansativo,
variando entre passado e presente, a história
mostra momentos emocionantes e se divide entre a busca por saber o que
aconteceu e a trajetória da garotinha.
Não é uma
história de superação, de dificuldade. É uma história de amor, amor de irmão o
mais puro de todos. Movida pelo amor pelo irmão e a promessa de tirá-lo do
armário, Sarah a única da família que detém a chave faz de tudo na tentativa de
voltar a Paris. Movida por essa vontade Sarah junto com uma colega judia
conseguem por um milagre fugir do campo de concentração.
A jornada
das garotas continua difícil, sendo fugitivas sem dinheiro ou saber onde é
seguro ou não. Sarah nunca larga a chave e tenta pensar em um meio de voltar
para Paris, mesmo sem saber onde se
encontra. No meio dessa jornada, elas encontram um casal de fazendeiros que
tenta ajudá-las.
Paralelamente
a isso vemos a dificuldade da jornalista em encontrar pistas do que houve com
Sarah, pessoas vivas que a conheçam. Além de todas as dificuldades, seu
casamento está por um triz e talvez o único modo de salvá-lo seria consentir em
fazer um aborto.
Sarah
durante a ocupação nazista na França se passa pelo neto do casal e por ser
loira de olhos claros não chega a ter problemas com a policia. Quando o Exército
vermelho começa a ganhar do exército nazista na Batalha de Stalingrado, o casal
que havia ajudado Sarah consegue juntar dinheiro para levá-la a
Paris e ir descobrir o que aconteceu com o irmão que ela deixou trancada em um
armário escondido no apartamento.
É neste
momento que as histórias de Sarah e Julia realmente se encontram. Um casal
havia se mudado há dois dias para o apartamento onde Sarah morava e quem abre a
porta para a jovem judia é o filho do casal, este garotinho mais tarde se torna
o sogro de Julia. O que aconteceu com o irmão de Sarah? Ele morreu ali
esperando a irmã voltar segurando uma lanterninha, o corpo já entrando em
decomposição. Esta condição produzia um odor estranho e forte, porém que os novos
proprietários não sabiam de onde vinha.
Depois
disso, é possivel descobrir toda a trajetória de Sarah, Julia busca pela
família que cuidou dela, pelo marido e o filho da garota. Não vou contar como
terminou a trajetória de Sarah, quem quiser ver e chorar muito é só ver o
filme.
Em dois momentos é dita a
seguinte frase: “Somos produto de nossa história”. Ao fim do filme é isso que
percebemos, o roteiro não é somente sobre as angústias de Sarah o filme nos
revela toda a angústia que herdamos de nossos antepassados. A melancolia da
Segunda Guerra ainda assombra a sociedade atual de vários modos. Descendentes
de Judeus mortos ou sobreviventes, pessoas que têm mania de não jogar nada fora
é apenas uma sombra Européia dos
momentos da guerra onde se tinha que guardar tudo. Tudo poderia ser usado para
algo e não se sabia quando a guerra iria acabar para poder se encontrar
produtos a venda novamente. Assim vai sendo descoberto o rastro de uma
atrocidade que não pode ser apagado da história de nossas vidas simplesmente
criando um estado judeu e falando que está tudo bem.
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