terça-feira, 20 de novembro de 2012

A chave de Sarah e o holocausto


Sessenta anos depois, uma jornalista descobre a história de uma garota que tentou livrar seu irmão de um campo de concentração.



            Um filme emocionante que se passa quando Hitler toma Paris e o governo Vicky começa. A protagonista é uma garotinha chamada Sarah que ao perceber os soldados nazistas invadindo seu apartamento no subúrbio de Paris,ela toma a rápida decisão de tentar salvar o irmão trancando-o no armário e prometendo buscá-lo depois.
            Porém este filme difere de muitos outros que tratam sobre o tema do holocausto, a história não é narrada pela pobre judia tendo os vilões como protagonistas. Primeiro porque os vilões são os franceses do partido nazista e quem conta a história é Julia uma repórter que recebe de seu chefe a missão de fazer uma reportagem sobre o aniversário do governo Vicky. No meio de suas pesquisas, Julia descobre que o apartamento em que seu sogro vivia era o apartamento da jovem Sarah.
            Os expectadores têm acesso a história de Sarah conforme Julia vai descobrindo as coisas em suas investigações. Deste modo, o filme nunca fica cansativo, variando entre passado e presente, a história  mostra momentos emocionantes e se divide entre a busca por saber o que aconteceu e a trajetória da garotinha.
            Não é uma história de superação, de dificuldade. É uma história de amor, amor de irmão o mais puro de todos. Movida pelo amor pelo irmão e a promessa de tirá-lo do armário, Sarah a única da família que detém a chave faz de tudo na tentativa de voltar a Paris. Movida por essa vontade Sarah junto com uma colega judia conseguem por um milagre fugir do campo de concentração.



            A jornada das garotas continua difícil, sendo fugitivas sem dinheiro ou saber onde é seguro ou não. Sarah nunca larga a chave e tenta pensar em um meio de voltar para Paris, mesmo sem saber onde  se encontra. No meio dessa jornada, elas encontram um casal de fazendeiros que tenta ajudá-las.
            Paralelamente a isso vemos a dificuldade da jornalista em encontrar pistas do que houve com Sarah, pessoas vivas que a conheçam. Além de todas as dificuldades, seu casamento está por um triz e talvez o único modo de salvá-lo seria consentir em fazer um aborto.
            Sarah durante a ocupação nazista na França se passa pelo neto do casal e por ser loira de olhos claros não chega a ter problemas com a policia. Quando o Exército vermelho começa a ganhar do exército nazista na Batalha de Stalingrado, o casal que havia  ajudado Sarah   consegue juntar dinheiro para levá-la a Paris e ir descobrir o que aconteceu com o irmão que ela deixou trancada em um armário escondido no apartamento.
            É neste momento que as histórias de Sarah e Julia realmente se encontram. Um casal havia se mudado há dois dias para o apartamento onde Sarah morava e quem abre a porta para a jovem judia é o filho do casal, este garotinho mais tarde se torna o sogro de Julia. O que aconteceu com o irmão de Sarah? Ele morreu ali esperando a irmã voltar segurando uma lanterninha, o corpo já entrando em decomposição. Esta condição  produzia um odor  estranho e forte, porém que os novos proprietários não sabiam de onde vinha.



            Depois disso, é possivel descobrir toda a trajetória de Sarah, Julia busca pela família que cuidou dela, pelo marido e o filho da garota. Não vou contar como terminou a trajetória de Sarah, quem quiser ver e chorar muito é só ver o filme.
Em dois momentos é dita a seguinte frase: “Somos produto de nossa história”. Ao fim do filme é isso que percebemos, o roteiro não é somente sobre as angústias de Sarah o filme nos revela toda a angústia que herdamos de nossos antepassados. A melancolia da Segunda Guerra ainda assombra a sociedade atual de vários modos. Descendentes de Judeus mortos ou sobreviventes, pessoas que têm mania de não jogar nada fora é apenas uma sombra Européia  dos momentos da guerra onde se tinha que guardar tudo. Tudo poderia ser usado para algo e não se sabia quando a guerra iria acabar para poder se encontrar produtos a venda novamente. Assim vai sendo descoberto o rastro de uma atrocidade que não pode ser apagado da história de nossas vidas simplesmente criando um estado judeu e falando que está tudo bem.

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