segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Quem inventou que as loiras são burras?




"Muitos males cercam a garota que estupidamente pinta seu cabelo com uma falsa cor." A crítica do poeta Propércio, do século 1 a.C., visava as que clareavam seus cabelos para imitar as gaulesas e germânicas. Copiar mulheres de povos bárbaros, portanto estúpidos, era sinal de estupidez.

Mas Roma caiu, os bárbaros se civilizaram e o preconceito continua. A teoria para a duração do mito vem da biologia: "Fios louros são comuns em crianças e tendem a escurecer quando crescemos. Portanto, cabelos claros são associados a infantilidade, ingenuidade e menor habilidade com a linguagem" , diz a Encyclopedia of Hair. Prato cheio para Hollywood, Gabriel, o Pensador e o festival de piadas de Tom Cavalcante. 

Mas a pergunta é: quem inventou esse mito da “loira burra”? Ele começou a se formar no início do século XX, quando se associou a imagem de oportunistas às garotas (frequentemente loiras e atraentes) que tentavam a sorte no showbizz norte-americano.
A “loira burra original” foi Lorelei Lee, protagonista do livro “Gentlemen Prefer Blondes” (“Os homens preferem as loiras”), escrito por Anita Loos em 1925. A adaptação para a Broadway, encarnada por Carol Channing, e depois para o cinema , com Marilyn Monroe, ajudaram a sedimentar a oposição “loira burra” x morena inteligente” no imaginário popular.  Tanto que, na literatura, a seqüência de “Os homens preferem as loiras” foi justamente “Mas os cavalheiros casam-se com as morenas”, de 1927.

Anita Loos nasceu em 26 de abril de 1888, em Sisson, Califórnia, Estados Unidos. “Os homens preferem as loiras” começou como uma piada de Anita (que era morena) a respeito da irremediável queda de um amigo por garotas oxigenadas. A história acabou sendo publicada na revista “Harper’s Bazar” e, depois, copilada no livro. Escritora, roteirista e atriz, Anita morreu em Nova York, aos 83 anos, em 18 de agosto de 1981.



Agora, veja só: Marilyn Monroe, o ícone da beleza loira, era, ironicamente, morena. Ela começou a oxigenar os cabelos ainda no início da carreira, quando percebeu que garotas loiras eram mais procuradas por produtores durante as escalações de elenco. Mesmo com a  fama, Marilyn nunca conseguiu se livrar do estereótipo. A atriz morreu em 5 de agosto de 1962, aos 36 anos. Um dos mitos atribuídos a ela diz que Marilyn tinha o hábito de oxigenar também os pelos pubianos. “Se é para ser loira em cima, também é preciso ser loira embaixo”.

Paris Hilton declarou: “Não sou uma loira burra”. A eterna patricinha americana parece ter se cansado dos comentários maldosos sobre sua vida. “Aquilo é uma personagem”, disse. “Tenho os pés no chão, sou esperta e sei tudo o que está acontecendo.”

Herdeira da rede de hotéis Hilton, Paris nasceu em 17 de fevereiro de 1981. Ela ficou famosa depois de participar do reality show “Simple Life”, que mostrava suas peripécias no campo ao lado da então melhor amiga Nicole Ritchie.  Outro empurrãozinho em sua carreira foi dado por um vídeo amador de sexo protagonizado por Paris e seu então namorado, Rick Salomon. Filmado em visão noturna e em baixa resolução, a produção caiu na Internet e recebeu o nome de “Uma noite em Paris”.




Mas as loiras têm motivos para comemorar: pesquisadores da Universidade de Queensland, Austrália, concluíram que elas têm salários 7% maiores do que mulheres com outra cor de cabelo. Por quê? Para David Johnston, coordenador do estudo, "A associação entre loiras e beleza prevalece sobre qualquer estereótipo de que elas sejam menos inteligentes". É o machismo superando o preconceito.


1. Inteligente - loura real

Hillary Clinton
Angela Merkel
Meryl Sreep

2. Inteligente - loura tingida 

Madonna
Marilyn Monroe (só fazia de burra)
Shakira
Gwen Stephany

3. Nem tanto inteligente - loura real

Christina Aguilera
Paris Hilton
Britney Spears

4. Nem tanto inteligente - loura tingida

Pamela Anderson
Lindsay Lohan
Megan Fox (como 'loura', só emplacou papéis secundários. Ao se tornar morena virou 'a mais sexy do mundo')


Scarlet Johansson foi considerada na interseção dos quatro grupos, com a seguinte observação: "Às vezes inteligente, às vezes estúpida, é prova de que loirice não é destino."

'Loiras' brasileiras, falsas ou verdadeiras, não foram incluídas para evitar incômodos.

Fonte: Superinteressante  edição 296



2 comentários:

  1. AMEI! QUANDO VIERAM FALAR QUE LOIRAS SÃO BURRAS VOU TER VÁRIOS ARGUMENTOS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

    ResponderExcluir
  2. Meninas, vocês são maravilhosas!!!!!!!!!!!!!! Adoro vocês!!!!

    ResponderExcluir