sexta-feira, 17 de agosto de 2012

José Saramago




José de Sousa Saramago (1922 - 2010) é um escritor, roteirista, jornalista, dramaturgo e poeta português galardoado com o Nobel da Literatura em 1988. Também ganhou o Prêmio Camões, o mais importante prêmio literário da língua portuguesa.

Nasceu dia 16 de novembro de 1922(embora o registro oficial mencione o dia 18), em Azinhaga, aldeia ao sul de Portugal, numa família de camponeses. Autodidata, antes de se dedicar exclusivamente à literatura trabalhou como serralheiro, mecânico, desenhista industrial e gerente de produção numa editora. Iniciou sua atividade literária em 1947, com o romance Terra do Pecado, só voltando a publicar (um livro de poemas) em 1966.

Atuou como crítico literário em revistas e trabalhou no Diário de Lisboa. Em 1975, tornou-se diretor-adjunto do jornal Diário de Notícias. Acuado pela ditadura de Salazar, a partir de 1976 passou a viver de seus escritos, inicialmente como tradutor, depois como autor. Fez parte da primeira direção da Associação Portuguesa de Escritores, tendo sido, de 1985 a 1994, presidente da Assembleia Geral da Sociedade Portuguesa de Autores.



A carreira de Saramago foi acompanhada de diversas polêmicas. As suas opiniões pessoais sobre religião ou sobre a luta internacional contra o terrorismo geraram discussões e algumas resultaram mesmo em acusações de diversos quadrantes. Logo após a atribuição do Prêmio Nobel, o Vaticano repudiava a atribuição da honraria a um "comunista inveterado".

Saramago é conhecido por utilizar frases e períodos compridos, usando a pontuação de uma maneira não convencional. Os diálogos das personagens são inseridos nos próprios parágrafos que os antecedem, de forma que não existem travessões nos seus livros: este tipo de marcação das falas propicia uma forte sensação de fluxo de consciência, a ponto do leitor chegar a confundir-se se um certo diálogo foi real ou apenas um pensamento. Muitas das suas frases (i.e. orações) ocupam mais de uma página, usando vírgulas onde a maioria dos escritores usaria pontos finais. Da mesma forma, muitos dos seus parágrafos ocupariam capítulos inteiros de outros autores. Apesar disso o seu estilo não torna a leitura mais difícil, os seus leitores habituam-se facilmente ao seu ritmo próprio.

Estas características tornam o estilo de Saramago único na literatura contemporânea: é considerado por muitos críticos um mestre no tratamento da língua portuguesa. Em 2003, o crítico norte-americano Harold Bloom, no seu livro Genius: A Mosaic of One Hundred Exemplary Creative Minds ("Génio: um mosaico de cem mentes criativas exemplares"), considerou José Saramago "o mais talentoso romancista vivo no mundo actual" (tradução livre de the most gifted novelist alive in the world today), referindo-se a ele como "o Mestre". Declarou ainda que Saramago é "um dos últimos titãs de um gênero literário que se está a desvanecer".

É Doutor Honoris Causa pelas Universidades de Turim (Itália), 1991, de Sevilha (Espanha), 1991, e de Manchester (Inglaterra), 1994. É ainda membro Honoris Causa do Conselho do Instituto de Filosofia do Direito e de Estudos Histórico-Políticos da Universidade de Pisa (Itália), membro da Academia Universal das Culturas (Paris), membro correspondente da Academia Argentina das Letras e membro do Parlamento Internacional de Escritores (Estrasburgo).



Frases famosas:

Todos sabemos que cada dia que nasce é o primeiro para uns e será o último para outros e que, para a maioria, é só um dia mais.

O que as vitórias têm de mau é que não são definitivas. O que as derrotas têm de bom é que também não são definitivas.

O espelho e os sonhos são coisas semelhantes, é como a imagem do homem diante de si próprio.

Não sou um ateu total, todos os dias tento encontrar um sinal de Deus, mas infelizmente não o encontro.

Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos.

O difícil não é viver com as pessoas, o difícil é compreendê-las

O certo e o errado são apenas modos diferentes de entender nossa relação com os outros

Se tens um coração de ferro, bom proveito.
O meu, fizeram-no de carne, e sangra todo dia.

"Fizemos dos olhos uma espécie de espelhos virados para dentro, com o resultado, muitas vezes, de mostrarem eles sem reserva o que estávamos tratanto de negar com a boca".




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