José de Sousa Saramago (1922 - 2010) é um escritor,
roteirista, jornalista, dramaturgo e poeta português galardoado com o Nobel da
Literatura em 1988. Também ganhou o Prêmio Camões, o mais importante prêmio
literário da língua portuguesa.
Nasceu dia 16 de novembro de 1922(embora o registro oficial
mencione o dia 18), em Azinhaga, aldeia ao sul de Portugal, numa família de
camponeses. Autodidata, antes de se dedicar exclusivamente à literatura
trabalhou como serralheiro, mecânico, desenhista industrial e gerente de
produção numa editora. Iniciou sua atividade literária em 1947, com o romance
Terra do Pecado, só voltando a publicar (um livro de poemas) em 1966.
Atuou como crítico literário em revistas e trabalhou no Diário de Lisboa. Em 1975, tornou-se diretor-adjunto do jornal Diário de Notícias. Acuado pela ditadura de Salazar, a partir de 1976 passou a viver de seus escritos, inicialmente como tradutor, depois como autor. Fez parte da primeira direção da Associação Portuguesa de Escritores, tendo sido, de1985 a 1994, presidente da
Assembleia Geral da Sociedade Portuguesa de Autores.
Atuou como crítico literário em revistas e trabalhou no Diário de Lisboa. Em 1975, tornou-se diretor-adjunto do jornal Diário de Notícias. Acuado pela ditadura de Salazar, a partir de 1976 passou a viver de seus escritos, inicialmente como tradutor, depois como autor. Fez parte da primeira direção da Associação Portuguesa de Escritores, tendo sido, de
A carreira de Saramago foi acompanhada de diversas polêmicas.
As suas opiniões pessoais sobre religião ou sobre a luta internacional contra o
terrorismo geraram discussões e algumas resultaram mesmo em acusações de
diversos quadrantes. Logo após a atribuição do Prêmio Nobel, o Vaticano
repudiava a atribuição da honraria a um "comunista inveterado".
Saramago é conhecido por utilizar frases e períodos
compridos, usando a pontuação de uma maneira não convencional. Os diálogos das
personagens são inseridos nos próprios parágrafos que os antecedem, de forma que
não existem travessões nos seus livros: este tipo de marcação das falas
propicia uma forte sensação de fluxo de consciência, a ponto do leitor chegar a
confundir-se se um certo diálogo foi real ou apenas um pensamento. Muitas das
suas frases (i.e. orações) ocupam mais de uma página, usando vírgulas onde a
maioria dos escritores usaria pontos finais. Da mesma forma, muitos dos seus
parágrafos ocupariam capítulos inteiros de outros autores. Apesar disso o seu
estilo não torna a leitura mais difícil, os seus leitores habituam-se
facilmente ao seu ritmo próprio.
Estas características tornam o estilo de Saramago único na
literatura contemporânea: é considerado por muitos críticos um mestre no
tratamento da língua portuguesa. Em 2003, o crítico norte-americano Harold Bloom,
no seu livro Genius: A Mosaic of One Hundred Exemplary Creative Minds ("Génio:
um mosaico de cem mentes criativas exemplares"), considerou José Saramago
"o mais talentoso romancista vivo no mundo actual" (tradução livre de the
most gifted novelist alive in the world today), referindo-se a ele como "o
Mestre". Declarou ainda que Saramago é "um dos últimos titãs de um gênero
literário que se está a desvanecer".
É Doutor Honoris Causa pelas Universidades de
Turim (Itália), 1991, de Sevilha (Espanha), 1991, e de Manchester (Inglaterra),
1994. É ainda membro Honoris Causa do Conselho do Instituto de
Filosofia do Direito e de Estudos Histórico-Políticos da Universidade de Pisa
(Itália), membro da Academia Universal das Culturas (Paris), membro
correspondente da Academia Argentina das Letras e membro do Parlamento
Internacional de Escritores (Estrasburgo).
Frases famosas:
Todos sabemos que cada
dia que nasce é o primeiro para uns e será o último para outros e que, para a
maioria, é só um dia mais.
O que as vitórias têm
de mau é que não são definitivas. O que as derrotas têm de bom é que também não
são definitivas.
O espelho e os sonhos
são coisas semelhantes, é como a imagem do homem diante de si próprio.
Não sou um ateu total,
todos os dias tento encontrar um sinal de Deus, mas infelizmente não o encontro.
Dentro de nós há uma
coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos.
O difícil não é viver
com as pessoas, o difícil é compreendê-las
O certo e o errado são
apenas modos diferentes de entender nossa relação com os outros
Se tens um coração de
ferro, bom proveito.
O meu, fizeram-no de carne, e sangra todo dia.
O meu, fizeram-no de carne, e sangra todo dia.
"Fizemos dos
olhos uma espécie de espelhos virados para dentro, com o resultado, muitas
vezes, de mostrarem eles sem reserva o que estávamos tratanto de negar com a
boca".
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