segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Forrest Gump – O Contador de Histórias


O mundo nunca mais será o mesmo depois de ver através dos olhos de Forrest Gump




            Esse texto foge um pouco da nossa proposta – aquela mencionada no primeiro post do nosso grupo – mas sabe quando você vê um filme e sente uma necessidade de escrever sobre ele? Foi isso que eu senti quando assisti o filme e quando, para a minha alegria, a professora de redação apareceu pedindo para que postássemos no blog... Bem eu fui às nuvens.
             Já ouviram falar sobre não julgar um livro pela capa? Tudo bem isso é errado, mas em um filme no geral dá para saber se ele será bom ou não pelos primeiros 3 minutos. Pois bem Forrest Gump – O Contador de Histórias começa com uma simplória pena  branca sendo levada pelo vento. Ela não é  uma origem, uma razão ou um destino ela simplesmente está sendo levada pelo destino. Ela surge voando de forma inocente da  torre mais alta de uma suntuosa igreja, passa entre algumas pessoas apressadas em um típico centro urbano americano e então pousa nos pés de um dos poucos homens que não a olharia com ar de lixo, dispensável ou repulsa: Forrest Gump.
            O protagonista não é um homem qualquer, para começar ele é um garoto com  um QI 5 pontos abaixo da média normal e por ter um problema na coluna é obrigado a usar um aparelho enorme nas pernas. Mas isso não o incomoda, nem incomoda a sua mãe que faz de tudo para que ele seja tratado como um garoto normal e, principalmente, não incomoda a sua melhor amiga Jenny. Os garotos do seu colégio assim como os professores o veem como um garoto estúpido chegando a persegui-lo no início, mas ele não é nada disso. Na verdade Forrest é apenas um garoto ingênuo, iluminado e disciplinado que vê o mundo de uma perspectiva diferente procurando sempre o lado positivo e se agarrando às pequenas coisas.
            No início, eu não consegui ver isto com clareza mas até o final do filme é fácil notar que Forrest mesmo sem perceber acaba fazendo parte direta ou indiretamente nos anos que correspondem entre as décadas de 50 a 70. Ele participa dos  momentos mais importantes da história americana meio que por acaso (se eu tivesse que estudar a história americana eu veria esse filme, pode apostar).



            Ele ensina Elvis Presley a rebolar,  presencia George Wallace tentando impedir a entrada de estudantes negros na universidade do Alabama, é um dos heróis da guerra do Vietnã, inspira a musica Imagine do John Lennon, inspira a famosa frase Shit Happens, é uma das primeiras pessoas a notificar as autoridades sobre as suspeitas atividades no Hotel Watergate, ajudou na fundação da empresa Apple e as poucas coisas das quais não fez parte, sua melhor amiga Jenny – que também é o amor da sua vida – participou.
            Forrest pode ser o protagonista, mas existem alguns personagens que de alguma forma nos tocam mais do que até mesmo o protagonista em alguns momentos. E não são personagens simples, porque para cativar mais do que Forrest Gump eles têm que ser especiais. Uma dessas personagens é a mãe do nosso herói.
            Ela criou o filho sozinha em uma época ainda muito machista, ela queria que ele fosse tratado como todos os garotos e teve que lutar muito para que ele pudesse estudar em um colégio normal. Quando Forrest se formou na faculdade e quando ele conseguiu um emprego (no exército e depois como jogar de ping pong profissional) eu consigo ver o quanto ela se sentiu feliz porque o filho conseguiu ir mais longe do que todas as expectativas. Porque o filho mesmo com todas as dificuldades conseguia seguir normalmente com a vida.



            Nem preciso falar que Jenny me cativou no inicio quando ela quis ser amiga de Forrest quando ninguém mais quis. O tempo passou e eles continuaram como pão e manteiga e por mais que algumas vezes ela tenha trilhado o caminho errado e feito péssimas escolhas, eu não consigo julgá-la mal. Quando pequena, ela era abusada pelo pai e isso deixa nela marcas fortes. Ela cresce e vai tentando se encontrar nesse mundo confuso  e busca realizar seus sonhos.
            Um personagem que me chamou a atenção foi o Tenente Dan que é apresentado quando Gump vai lutar no Vietnã. Ele é uma daquelas pessoas que tem a vida toda planejada, que tinha expectativas e que por algo além do seu controle viu  tudo no que acreditava e esperava virar uma impossibilidade. O Tenente Dan esperava morrer na guerra como um herói assim como todos os seus antepassados (pai, avô...), mas acaba sendo salvo por Forrest e voltando da guerra como um inválido sem pernas. No início, ele vai parar no mundo da bebida e  culpa Forrest por seus problemas. Mas é Forrest que o ajuda a se recuperar, a fazer as pazes com o mundo e no final o tenente Sam acaba fazendo parte dos sócios da Apple e recuperando a fé no mundo.
            A capacidade de Gump de não julgar ninguém por sua cor de pele, inteligência, aparência física ou por qualquer outra coisa, e por não tentar ganhar vantagem em cima de ninguém é impressionante. Acredito que justamente por ele querer ser tratado como todo o resto, ele trata a todos como gostaria de ser tratado. Sua mãe e Jenny entendem e aceitam isso nele, assim como com o decorrer do filme o Tenente Dan também.
            Este é um daquele filmes que te faz parar para refletir sobre a vida, sobre como você a leva e sobre o que vai fazer com ela daqui para frente. Forrest superou todas as dificuldades que a vida lhe impôs, ele viveu mais do que muitas pessoas viveriam e não se perdeu ou deixou de ser ele mesmo. No final quando ele conversa com o tumulo de Jenny é de partir o coração, assim como no momento em que ele leva o filho para pegar o ônibus do colégio. É como que um remember de quando o próprio Forrest iniciou sua vida escolar interagindo com outras pessoas, mas agora é a vez de Forrest Gump Jr escrever sua história e fazer a sua vida valer a pena. O pai põe o livro que sua mãe lia para ele quando mais jovem na mochila do filho e aquela pena do inicio do filme sai voando novamente, talvez encontrando outra pessoa que a de o devido valor. Achei isso simbólico e um fim tão digno quanto o inicio.




“Mamãe sempre dizia que a vida é como uma caixa de bombons, você nunca sabe o que vai encontrar”

Nenhum comentário:

Postar um comentário