O mundo nunca mais será o mesmo depois de ver através dos olhos de
Forrest Gump
Esse texto
foge um pouco da nossa proposta – aquela mencionada no primeiro post do nosso grupo – mas sabe quando
você vê um filme e sente uma necessidade de escrever sobre ele? Foi isso que eu
senti quando assisti o filme e quando, para a minha alegria, a professora de
redação apareceu pedindo para que postássemos no blog... Bem eu fui às nuvens.
Já ouviram falar sobre não julgar um livro
pela capa? Tudo bem isso é errado, mas em um filme no geral dá para saber se
ele será bom ou não pelos primeiros 3 minutos. Pois bem Forrest Gump – O
Contador de Histórias começa com uma simplória pena branca sendo levada pelo vento. Ela não é uma origem, uma razão ou um destino ela
simplesmente está sendo levada pelo destino. Ela surge voando de forma inocente
da torre mais alta de uma suntuosa
igreja, passa entre algumas pessoas apressadas em um típico centro urbano
americano e então pousa nos pés de um dos poucos homens que não a olharia com
ar de lixo, dispensável ou repulsa: Forrest Gump.
O
protagonista não é um homem qualquer, para começar ele é um garoto com um QI 5 pontos abaixo da média normal e por
ter um problema na coluna é obrigado a usar um aparelho enorme nas pernas. Mas
isso não o incomoda, nem incomoda a sua mãe que faz de tudo para que ele seja
tratado como um garoto normal e, principalmente, não incomoda a sua melhor
amiga Jenny. Os garotos do seu colégio assim como os professores o veem como um
garoto estúpido chegando a persegui-lo no início, mas ele não é nada disso. Na
verdade Forrest é apenas um garoto ingênuo, iluminado e disciplinado que vê o
mundo de uma perspectiva diferente procurando sempre o lado positivo e se
agarrando às pequenas coisas.
No início,
eu não consegui ver isto com clareza mas até o final do filme é fácil notar que
Forrest mesmo sem perceber acaba fazendo parte direta ou indiretamente nos anos
que correspondem entre as décadas de 50 a 70. Ele participa dos momentos mais importantes da história
americana meio que por acaso (se eu tivesse que estudar a história americana eu
veria esse filme, pode apostar).
Ele ensina
Elvis Presley a rebolar, presencia
George Wallace tentando impedir a entrada de estudantes negros na universidade
do Alabama, é um dos heróis da guerra do Vietnã, inspira a musica Imagine do John Lennon, inspira a famosa
frase Shit Happens, é uma das
primeiras pessoas a notificar as autoridades sobre as suspeitas atividades no
Hotel Watergate, ajudou na fundação da empresa Apple e as poucas coisas das
quais não fez parte, sua melhor amiga Jenny – que também é o amor da sua vida –
participou.
Forrest
pode ser o protagonista, mas existem alguns personagens que de alguma forma nos
tocam mais do que até mesmo o protagonista em alguns momentos. E não são
personagens simples, porque para cativar mais do que Forrest Gump eles têm que
ser especiais. Uma dessas personagens é a mãe do nosso herói.
Ela criou o
filho sozinha em uma época ainda muito machista, ela queria que ele fosse
tratado como todos os garotos e teve que lutar muito para que ele pudesse
estudar em um colégio normal. Quando Forrest se formou na faculdade e quando
ele conseguiu um emprego (no exército e depois como jogar de ping pong profissional)
eu consigo ver o quanto ela se sentiu feliz porque o filho conseguiu ir mais
longe do que todas as expectativas. Porque o filho mesmo com todas as
dificuldades conseguia seguir normalmente com a vida.
Nem preciso
falar que Jenny me cativou no inicio quando ela quis ser amiga de Forrest
quando ninguém mais quis. O tempo passou e eles continuaram como pão e manteiga
e por mais que algumas vezes ela tenha trilhado o caminho errado e feito
péssimas escolhas, eu não consigo julgá-la mal. Quando pequena, ela era abusada
pelo pai e isso deixa nela marcas fortes. Ela cresce e vai tentando se
encontrar nesse mundo confuso e busca realizar
seus sonhos.
Um
personagem que me chamou a atenção foi o Tenente Dan que é apresentado quando
Gump vai lutar no Vietnã. Ele é uma daquelas pessoas que tem a vida toda
planejada, que tinha expectativas e que por algo além do seu controle viu tudo no que acreditava e esperava virar uma
impossibilidade. O Tenente Dan esperava morrer na guerra como um herói assim
como todos os seus antepassados (pai, avô...), mas acaba sendo salvo por
Forrest e voltando da guerra como um inválido sem pernas. No início, ele vai
parar no mundo da bebida e culpa Forrest
por seus problemas. Mas é Forrest que o ajuda a se recuperar, a fazer as pazes
com o mundo e no final o tenente Sam acaba fazendo parte dos sócios da Apple e
recuperando a fé no mundo.
A
capacidade de Gump de não julgar ninguém por sua cor de pele, inteligência,
aparência física ou por qualquer outra coisa, e por não tentar ganhar vantagem
em cima de ninguém é impressionante. Acredito que justamente por ele querer ser
tratado como todo o resto, ele trata a todos como gostaria de ser tratado. Sua
mãe e Jenny entendem e aceitam isso nele, assim como com o decorrer do filme o
Tenente Dan também.
Este é um
daquele filmes que te faz parar para refletir sobre a vida, sobre como você a
leva e sobre o que vai fazer com ela daqui para frente. Forrest superou todas
as dificuldades que a vida lhe impôs, ele viveu mais do que muitas pessoas
viveriam e não se perdeu ou deixou de ser ele mesmo. No final quando ele
conversa com o tumulo de Jenny é de partir o coração, assim como no momento em
que ele leva o filho para pegar o ônibus do colégio. É como que um remember de quando o próprio Forrest
iniciou sua vida escolar interagindo com outras pessoas, mas agora é a vez de
Forrest Gump Jr escrever sua história e fazer a sua vida valer a pena. O pai
põe o livro que sua mãe lia para ele quando mais jovem na mochila do filho e
aquela pena do inicio do filme sai voando novamente, talvez encontrando outra
pessoa que a de o devido valor. Achei isso simbólico e um fim tão digno quanto
o inicio.
“Mamãe sempre dizia que a vida é como uma caixa de bombons, você nunca
sabe o que vai encontrar”
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